Ahhhh minhas férias no interior... Campinas lá pelos anos 80, sempre ia para casa de meus padrinhos passar as férias por lá, momentos mágicos e inesquecíveis, lembro-me de ir primeiramente para uma casa de esquina, uma casa muito legal onde eu brincava com as minhas primas, nesta casa se não me engano, passei uma de minhas férias em Campinas, porque quando estava em São Paulo nos meses seguintes soube que meu padrinho havia comprado uma casa com piscina... Ai contava nos dedos quando iria para Campinas, logo conhecer essa tal casa, mas dessa vez quem veio me buscar foi meu padrinho, depois de quase eu morrer de tanta ansiedade, me pegou lá na lanchonete do meu pai... com sua Brasília branca. Íamos naquela viagem muito felizes, eu, meu padrinho e madrinha, minhas primas Celeste e Adriana e uma amiga delas a Lídia, na viagem a Adriana ia me contando todos os detalhes da nova morada e da vizinhança... de suas novas amizades, Bochecha, Gui, Silvana, Flávia... e etc...
Chegamos já tarde então as apresentações iriam ficar para o outro dia, mas fui logo querer ver a piscina... e estava lá... lógico... com um detalhe que eu não sabia nadar e foi ali que aprendi a dar minhas primeiras braçadas.
Eu amava tudo ali naquele lugar, o cheiro da casa, o cantar dos pássaros, a Pituca (cachorrinha), a Maica (essa eu tinha medo era uma Dorbermann) café da manhã com Ovomaltine... Nossa e como me colocavam comida pela boca...hahahaha, eu era bem magrinho e minha madrinha e padrinho não aceitavam minha magreza.
Mas então amanheceu o outro dia, e iria conhecer a turma, e foi quando tive uma bela surpresa, conheci a tal Flávia... senti uma coisa estranha que jamais eu tinha sentido... Ela era linda meu Deus... parecia um anjo, então como naquela minha idade é comum, comecei a querer me exibir, falar na gíria, contar piadas, faltava dar piruetas ou sair voando, tudo para impressionar ... coisas de criança, apesar que hoje em dia o que vejo em adultos não é muito diferente, o que era diferente era meus hormônios, porque tudo o que eu queria era ficar do lado dela, não queria beijar, abraçar, essas coisas, eu apenas queria sua atenção e companhia... é que a gente muda com o passar dos anos, os hormônios começam a pensar por nós.
Chegamos já tarde então as apresentações iriam ficar para o outro dia, mas fui logo querer ver a piscina... e estava lá... lógico... com um detalhe que eu não sabia nadar e foi ali que aprendi a dar minhas primeiras braçadas.
Eu amava tudo ali naquele lugar, o cheiro da casa, o cantar dos pássaros, a Pituca (cachorrinha), a Maica (essa eu tinha medo era uma Dorbermann) café da manhã com Ovomaltine... Nossa e como me colocavam comida pela boca...hahahaha, eu era bem magrinho e minha madrinha e padrinho não aceitavam minha magreza.
Mas então amanheceu o outro dia, e iria conhecer a turma, e foi quando tive uma bela surpresa, conheci a tal Flávia... senti uma coisa estranha que jamais eu tinha sentido... Ela era linda meu Deus... parecia um anjo, então como naquela minha idade é comum, comecei a querer me exibir, falar na gíria, contar piadas, faltava dar piruetas ou sair voando, tudo para impressionar ... coisas de criança, apesar que hoje em dia o que vejo em adultos não é muito diferente, o que era diferente era meus hormônios, porque tudo o que eu queria era ficar do lado dela, não queria beijar, abraçar, essas coisas, eu apenas queria sua atenção e companhia... é que a gente muda com o passar dos anos, os hormônios começam a pensar por nós.
Brincávamos muito, época que não tínhamos computador, as brincadeiras exigiam mais contato, mais relacionamento, veio a facilidade da tecnologia e se foi um pouco da infância. Íamos sempre para um campo bem grande que ficava ali perto, jogávamos futebol, volley, empinávamos pipa, e foi numa tarde, que observei a Flávia se esforçando para fazer um laço (estirante) para soltar a pipa, então mais do que de pressa lá foi eu ajuda-la, e fiz o estirante para ela, lembro de ela me perguntar:
- Como você fez isso?
Eu estufava o peito, parecendo que tinha ganhado o prêmio Nobel e saia de perto todo cheio de graça. Claro que eu não ia ensinar, queria é que ela precisasse de mim mais umas 200 vezes..rssss
E aquelas férias foram passando e até que tomei coragem, pedi para minha prima Adriana falasse com a Flávia, dizendo que eu queria namorar com ela, e minha prima me disse que eu que tinha que falar... claro eu era um homem ou um saco de batatas...kkkk
A turma toda saiu de perto e nos deixaram a sós para que eu efetuasse o tal convite a garota, depois de acho que uns 10 minutos sentado do lado dela, olhando para o nada e claro, falando nada... foi de uma vez como se me empurrassem em um abismo.
- Você quer namorar comigo????? – falei tão rápido, que até hoje não sei se ela entendeu realmente o que eu falei, ou ela já sabia o que ia falar, então tanto importava o que eu dissesse... e o silêncio pairou no ar... acho que se ela me dissesse não naquele momento, eu diria tudo bem... era mais importante eu conseguir falar do que ela me dar a resposta
-Vou pensar – disse ela para mim
Ótimo, e agora? Agora é esperar, então o pessoal se aproximou e minha prima ficou conversando com ela, e veio a resposta:
Olha Luís ela aceitou, mas disse para você parar de ser bobo – disse minha prima. Porque como falei, fazia de tudo para aparecer...
Vou para interior passo minhas férias, aprendo a nadar, e ainda descolo uma namorada... olha só... quantas surpresas e descobertas. Mas o engraçado que meu “namoro” com a Flávia não passava de aperto de mão, beijo nem pensar, até acho que ela aceitaria um beijinho meu, mas minha timidez havia criado uma desculpa muito, mas muito justificável... o pai dela, eu morria de medo do pai dela.
Mas como tudo que é bom dura pouco, meus pais vieram me buscar, pois tinham acabado minhas férias, depois de mostrar que eu havia aprendido nadar, contaram a novidade para meus pais, sobre meu namorico, ai foi aquela barulheira na minha cabeça, sem contar as beliscadas na bochecha... olha ta virando homenzinho .... arrrrhhhhh (Nunca faça isso com seus filhos)
Chegou a hora de ir embora e chamaram a Flávia para se despedir de mim... (poxa não precisava...rsss) e todos falando para eu dar um beijinho nela, lembro do meu pai falando:
- Ohhh rapaz dá um beijinho na moleca – e fazendo biquinho para mim...- Meu DEUS
E eu os advertia ferozmente, dizendo que o pai dela é muito bravo... mas depois de muito custo eu dei um beijinho na bochecha dela... finalmente, e fomos embora para São Paulo...
Passaram-se alguns anos, eu cresci, ela cresceu, eu mudei para o litoral e se passaram 7 anos destes fatos. Em uma tarde, em um fim de ano, estava eu e meu primo Hélder lá na praia e fomos para minha casa, chegando em minha casa vejo que tem uma carta, e era de Campinas, era da minha madrinha, fui correndo abrir para ler, ai comecei ler em voz alta, brincando com meu primo, eu fazendo que era locutor, então tomei um dos maiores choques de minha vida, um trecho da carta dizia:
“Espero que esta carta os encontre com muita saúde, e que estejam bem... Aqui estamos muito tristes, pois a Flávia sofreu um acidente de bicicleta, não resistiu e faleceu...”
Foi a primeira vez que perdi meus sentidos e cai no chão, perdi totalmente as forças das pernas... Chorei muito, muito sem parar, li a carta diversas vezes na esperança de ter lido errado, não conseguia acreditar que uma pessoa tão cheia de vida havia a perdido tão brutalmente.
Ela estava com 15 anos, foi andar de bicicleta, entrou em uma ladeira, perdeu o freio da bicicleta e bateu violentamente em um muro que ficava no final desta descida, era uma manhã do dia 15/12/1990.
E foi assim o primeiro grande choque que tive em minha vida... E sempre a vida nos reserva surpresas... e como diz a música do Toquinho:
Que tentamos pilotar
Não tem tempo, nem piedade
Nem tem hora de chegar
Sem pedir licença muda nossa vida
E depois convida, a rir ou chorar... "
"E o futuro é uma astro nave
Que tentamos pilotar
Não tem tempo, nem piedade
Nem tem hora de chegar
Sem pedir licença muda nossa vida
E depois convida, a rir ou chorar... "