Eu nasci com um problema nos olhos (estrabismo), eu era vesgo. Repeti o 1º ano escolar por esse motivo, me escondia embaixo da mesa (carteira) para ninguém ficar me olhando. Era terrível aquele sentimento. Quando atingi meus 8 anos, minha mãe perguntou-me o que eu queria ganhar de aniversário e eu respondi que queria uma operação nas minhas vistas.
Minha mãe procurou um oftalmologista para me examinar, e o médico (do qual fiz de tudo para me lembrar do nome e não consegui) disse que o meu problema ele poderia resolver com uma cirurgia.
Depois de uma bateria de exames que fiz, desde exame de sangue até sei lá mais o que, fui liberado para cirurgia,
A cirurgia estava marcada para 1:00 da tarde, saímos da minha casa (eu e minha mãe) 5:00 da manhã a pé, para depois pegarmos o ônibus que iria nos levar para São Bernardo. Eu ia andando pela rua onde morava e olhando as casas de meus amigos e na minha cabecinha eu pensava que nunca mais eles iriam me chamar de vesgo, zarolho, olho torto e outros elogios, pensei em tudo que eu já havia sofrido com aquilo, com meu problema. Chegamos no hospital que era em São Bernardo do Campo mesmo, fui para a preparação e me rasparam todos os cílios, mas isso não tinha nenhum problema para mim, eu sabia que tudo dali em diante era para meu bem.
Fui para quarto aguardar a hora, esperei muito, e já com muita fome, pois não poderia comer nada até depois da operação. Chegando perto da 1:00 da tarde, entra a enfermeira no quarto com a maca ,e falou que já estava na hora. Olhei para minha mãe, subi e deitei-me na maca. Parecia cena de filme , eu deitado na maca e minha mãe andando do meu lado. Entramos no elevador. Chegamos na entrada do centro cirúrgico, e dali para frente minha mãe não poderia entrar. Olhei para ela, e ela me disse uma coisa, que nunca mais vai sair da minha cabeça aquela imagem. São coisas que demonstram, que a dor de um filho também é a dor da mãe. Ela disse:
- Boa Sorte meu filho – com lágrima nos olhos.
Fiquei olhando para minha mãe até as portas se fecharem. Estava eu ali em um lugar escuro,onde estavam muitas pessoas deitadas em outras macas, que falavam comigo, mas o engraçado é que, depois, comentando com minha mãe, ela disse-me que ali não tinha ninguém (não sei se foi efeito da anestesia ou são mistérios do mundo).
Já na mesa de operação vi o meu médico, o que me deixou muito feliz, pois até então não conhecia ninguém e era ele que iria me operar.
Depois que tomei soro, veio à anestesia geral, me aplicaram e eu fiquei contando o tempo, para ver até quando eu conseguia ficar acordado. Pensava que iria ser muito rápido mas demorou um pouco, depois apaguei de uma vez (nem sei onde parei na contagem), apaguei igual quando se desliga um televisor. Depois da operação fui para o quarto então. Aí consigo me lembrar de algumas coisas, mesmo estando anestesiado. Lembro-me da minha vó (materna), falando comigo, mas tudo me parecia um sonho, lembro-me da minha mãe falando com meu tio Cininho para não conversar comigo pois eles sabiam que eu gosto muito dele e podia me exaltar.
Por volta das 5 da manhã do outro dia, eu como sou detalhista, sabia da minha posição no quarto e minha mãe estava deitada em um colchão no chão do lado da minha cama. Eu estava com dois tampões vedando as minhas vistas, precisava ir ao banheiro, e não queria acordar minha mãe. Então levantei, coloquei o pé do outro lado do colchão da minha mãe me apoiei e levantei, andei em linha reta e fui até à parede, andei de lado e achei a porta do banheiro. Entrei e tirei o “dito cujo” para fora e ouvi uma voz gritando:
_Estou aqui! - Era a outra paciente que estava no quarto conosco.
Ela chamou minha mãe e fez o maior agito, sem necessidade, tudo por causa de um xixizinho.
Ficamos mais umas horas por ali e fomos embora, só que precisávamos passar no médico para tirar os tampões.
Chegamos no consultório, minha mãe deu a maior bronca no médico, pois ele depois da operação não tinha dado nenhum esclarecer para ela e o médico falava:
_ Calma, Dona Fernanda, Calma.
Sentei na cadeira e ele começou a retirar os curativos das minhas vistas, minha mãe e eu não tínhamos visto como havia ficado a pós-operação. Ele estava na minha frente, e minha mãe não conseguia ver. O médico olhando para mim, pois já estava sem curativos falou para minha mãe:
_ Dona Fernanda, não precisa se irritar tanto, me responda: alguma vez você viu os olhos do seu filho desse jeito? – e saiu da minha frente.
Olhei para minha mãe e as lágrimas começaram a cair de seus olhos. Ela apoiou a cabeça na mesa e começou a chorar de soluçar.
- A cirurgia foi um sucesso – disse o médico.
Não sofro mais deste mal, nem eu, nem minha mãe.
Este foi o sacrifício, ou melhor, um dos sacrifícios que mInha mãe fez por mim.
MILAGRES ACONTECEM TODOS OS DIAS
Minha mãe procurou um oftalmologista para me examinar, e o médico (do qual fiz de tudo para me lembrar do nome e não consegui) disse que o meu problema ele poderia resolver com uma cirurgia.
Depois de uma bateria de exames que fiz, desde exame de sangue até sei lá mais o que, fui liberado para cirurgia,
A cirurgia estava marcada para 1:00 da tarde, saímos da minha casa (eu e minha mãe) 5:00 da manhã a pé, para depois pegarmos o ônibus que iria nos levar para São Bernardo. Eu ia andando pela rua onde morava e olhando as casas de meus amigos e na minha cabecinha eu pensava que nunca mais eles iriam me chamar de vesgo, zarolho, olho torto e outros elogios, pensei em tudo que eu já havia sofrido com aquilo, com meu problema. Chegamos no hospital que era em São Bernardo do Campo mesmo, fui para a preparação e me rasparam todos os cílios, mas isso não tinha nenhum problema para mim, eu sabia que tudo dali em diante era para meu bem.
Fui para quarto aguardar a hora, esperei muito, e já com muita fome, pois não poderia comer nada até depois da operação. Chegando perto da 1:00 da tarde, entra a enfermeira no quarto com a maca ,e falou que já estava na hora. Olhei para minha mãe, subi e deitei-me na maca. Parecia cena de filme , eu deitado na maca e minha mãe andando do meu lado. Entramos no elevador. Chegamos na entrada do centro cirúrgico, e dali para frente minha mãe não poderia entrar. Olhei para ela, e ela me disse uma coisa, que nunca mais vai sair da minha cabeça aquela imagem. São coisas que demonstram, que a dor de um filho também é a dor da mãe. Ela disse:
- Boa Sorte meu filho – com lágrima nos olhos.
Fiquei olhando para minha mãe até as portas se fecharem. Estava eu ali em um lugar escuro,onde estavam muitas pessoas deitadas em outras macas, que falavam comigo, mas o engraçado é que, depois, comentando com minha mãe, ela disse-me que ali não tinha ninguém (não sei se foi efeito da anestesia ou são mistérios do mundo).
Já na mesa de operação vi o meu médico, o que me deixou muito feliz, pois até então não conhecia ninguém e era ele que iria me operar.
Depois que tomei soro, veio à anestesia geral, me aplicaram e eu fiquei contando o tempo, para ver até quando eu conseguia ficar acordado. Pensava que iria ser muito rápido mas demorou um pouco, depois apaguei de uma vez (nem sei onde parei na contagem), apaguei igual quando se desliga um televisor. Depois da operação fui para o quarto então. Aí consigo me lembrar de algumas coisas, mesmo estando anestesiado. Lembro-me da minha vó (materna), falando comigo, mas tudo me parecia um sonho, lembro-me da minha mãe falando com meu tio Cininho para não conversar comigo pois eles sabiam que eu gosto muito dele e podia me exaltar.
Por volta das 5 da manhã do outro dia, eu como sou detalhista, sabia da minha posição no quarto e minha mãe estava deitada em um colchão no chão do lado da minha cama. Eu estava com dois tampões vedando as minhas vistas, precisava ir ao banheiro, e não queria acordar minha mãe. Então levantei, coloquei o pé do outro lado do colchão da minha mãe me apoiei e levantei, andei em linha reta e fui até à parede, andei de lado e achei a porta do banheiro. Entrei e tirei o “dito cujo” para fora e ouvi uma voz gritando:
_Estou aqui! - Era a outra paciente que estava no quarto conosco.
Ela chamou minha mãe e fez o maior agito, sem necessidade, tudo por causa de um xixizinho.
Ficamos mais umas horas por ali e fomos embora, só que precisávamos passar no médico para tirar os tampões.
Chegamos no consultório, minha mãe deu a maior bronca no médico, pois ele depois da operação não tinha dado nenhum esclarecer para ela e o médico falava:
_ Calma, Dona Fernanda, Calma.
Sentei na cadeira e ele começou a retirar os curativos das minhas vistas, minha mãe e eu não tínhamos visto como havia ficado a pós-operação. Ele estava na minha frente, e minha mãe não conseguia ver. O médico olhando para mim, pois já estava sem curativos falou para minha mãe:
_ Dona Fernanda, não precisa se irritar tanto, me responda: alguma vez você viu os olhos do seu filho desse jeito? – e saiu da minha frente.
Olhei para minha mãe e as lágrimas começaram a cair de seus olhos. Ela apoiou a cabeça na mesa e começou a chorar de soluçar.
- A cirurgia foi um sucesso – disse o médico.
Não sofro mais deste mal, nem eu, nem minha mãe.
Este foi o sacrifício, ou melhor, um dos sacrifícios que mInha mãe fez por mim.
MILAGRES ACONTECEM TODOS OS DIAS
2 comentários:
VESGUINHOOO!!
hahaha... essa epoca era fod*.
=D
Beijooos. SAUDADADES.
E ainda tem a car de pau de me chamar de orelhudo, só porque o seu foi concertado vocÊ se sente no direito de me zoar, seu sem coração, você não passa mais pela sua cabeça o que vc passou neh. rs...
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