terça-feira, 6 de outubro de 2009

PRIMEIRO EMPREGO


Meu primeiro emprego de verdade (de verdade digo, porque já tinha vendido chicletes, sorvetes, chaveiros e carregado tambores de água mineral de 20 litros) então trabalhei no Consórcio Nacional Expansão, registrado bonitinho. Foi marcado por trapalhadas e várias técnicas desenvolvidas, eu tinha 17 anos quando comecei a trabalhar lá.
Consegui ser mandado embora na primeira semana, mas com jeito conversei com o gerente e permaneci.
O meu trabalho era na Mooca e eu na época morava em Itaquera, era uma experiência fantástica pegar ônibus e metro de manhã, no caso do ônibus eu não tinha lá grandes problemas pois morava perto do ponto final e quase sempre ia sentado, mas o metrô era uma coisa de cinema, se você quer uma experiência sobre as leis da física pegue o metrô as 7:00 da manhã no terminal Itaquera a experiência consiste em:

Teoria da relatividade do Metrô das Sete
Pare estático antes da catraca de entrada do metrô (com o bilhete na mão, se não você pode morrer esmagado) você começará a sentir uma força oculta te levar e é o tempo de você enfiar o bilhete na catraca e passar sem pensar em parar, se por um acaso travar a catraca, Fudeu!!!, continuando, você verá seu corpo sendo levado para escadas rolantes, se até ai você estiver acordado, sem vontade própria parará na plataforma de embarque, e quando o trem parar, nem pense em ir em outro porque você vai naquele mesmo com certeza.
Chegava lá no trabalho as vezes no horário e as vezes não, mas isso não era problema, pois tinha combinado com outro que trabalhava lá, que quem chegasse primeiro batia o cartão do ponto um do outro e vice-versa até que um dia fomos pegos, na verdade desconfiaram pois chagávamos sempre no mesmo horário e tive a cara de pau e olhar para cara do diretor e falar:
_Eu sempre espero ele no metrô, para não vir sozinho, pois tenho medo daquele pedaço até aqui.... (viadinho)
Ele olhou para minha cara e disse:
_ Mas ele mora na zona Sul e você na Leste, não acha meio estranho você esperar ele? – e respondi:
_ Eu tenho medo...
Saí como viadinho, mas não tomei advertência. rsss

Teoria da Economia na hora do almoço (falta de grana mesmo)
Recebia ticket refeição, mas não dava nem para pensar em comer, tinha um restaurante do Habibs onde comprava esfihas, passei 2 anos da minha vida comendo esfihas, e bebia suco de limão, esse suco de limão era feito com o limão que eles davam para têmperar as esfihas. Já até me conheciam eu tinha tratamento VIP naquele restaurante, chegava lá e já falavam:
-Lá vem o menino que gosta de limão. – eu pedia sempre um pouquinho a mais de limão...

Lá eu fiz uma das maiores cagadas, que me envergonho até hoje, quando me lembro.
Por incrível que pareça subi de cargo depois de um tempo, passei para Auxiliar Administrativo, então estava eu sentado uma bela tarde na sala do financeiro da empresa, e me entra o presidente da empresa Sr. Oscar, eu me sentava naquelas cadeiras de secretária que tem rodinhas, levantei para cumprimenta-lo e no que levantei a minha cadeira foi para trás, agora imagine uma sala com mais de 10 pessoas e o presidente da empresa, quando fui me sentar... poffffff cai que nem uma galinha com as pernas para o ar. A minha vontade era fingir um ataque epilético, para me tirarem dali sem que eu tivesse que levantar de novo, me dá vergonha só de lembrar. Levantei a sala toda séria olhando para minha cara, eu sabia que qualquer ruído de risada podia ser meu fim, e não deu outra foi o próprio presidente que começou, as coisas na minha cabeça começaram a ficar distantes, ouvia aquelas risadas como um eco na minha cabeça.
A minha passagem naquela empresa foi muito cômica, mas foi muito gratificante, lá entre outras cagadas aconteceram:

· Um dia andando na rua lendo uma revista, cai dentro de um bueiro sem tampa (minha vontade era virar uma tartaruga ninja e morar lá mesmo do que sair com as pessoas olhando para mim) detalhe: eu me vestia todo social.

· Olhando o guia de ruas e comendo chocolate, entra o diretor da empresa e põe a mão na minha frente para mostrar onde era a rua que eu procurava, eu cuspi chocolate na mão dele quando falei que já tinha visto.

· Fui assaltado, e desconfiaram de mim (Meu Deus, quase morri, com um revólver na garganta).

· Nos bingos da empresa (aconteciam uma vez por mês) eu tinha que imitar sempre o Silvio Santos, e praticamente não tinha escolha mesmo era o presidente que me pedia, e eu não conseguia negar ao seu pedido... que coisa, mas no fundo gostava...

Tomei algumas lições que levo até hoje, a propósito descobri que Sr. Oscar (o presidente) não tinha uma passagem secreta na sua sala, não sei porque teimava que ele tinha essa passagem...

Um comentário:

luke disse...

Belo blog,mas difícil achar o gadet de seguidores.